segunda-feira, 29 de abril de 2013
Kuroshitsuji
Alternativo: Black Butler (em inglês)
Ano: 2008 (1ª temp.) e 2010 (2ª temp.)
Diretor: Shinohara Toshiya ("Red Data Girl", "The Book of Bantorra")
Estúdio: A-1 Pictures
Episódios: 24 (1ª temp.) + 12 (2ª temp.) + 6 OVAs
Gênero: Comédia / Drama / Mistério
De onde saiu: Mangá, 16 volumes, em andamento.
*****
Em algum lugar distante...
- Tenho uma ordem...
- O que deseja, Jovem Mestre?
- Quero que faça isto pra mim: vai conseguir realizar a ação ou é muito pra você? - e passa um envelope contendo as informações da ação.
- Como mordomo da família Phantomhive, se eu não conseguir serei uma desgraça para a minha profissão. Farei com prazer... - e lê o envelope, esmiuçando um sorriso sarcástico.
- Vá logo...
- Sim, Meu Lorde... - o mordomo reverencia o mestre e sai pra cumprir a missão dada.
Com certeza muitos devem conhecer a relação entre o mordomo e seu senhor, nos filmes, livros e animações: se o senhor dá uma ordem, o mordomo deve realiza-la não importando quais sejam as ordens dadas. Por isso este diálogo, cuja conclusão ficará para o final da resenha e aí saberão qual foi a ordem dada pelo Jovem Mestre para o seu mordomo...
Esta relação incomum é um dos pilares para a trama de “Kuroshitsuji”, uma série, de certa forma, conhecida pelo público e que tem como principais personagens o mestre e seu mordomo. A série teve início em um mangá do mesmo nome, publicado pela Monthly G Fantasy, que diferente das revistas mais comuns, tem periodicidade mensal e seus volumes são lançados pela Square Enix, produtora de games e que também publica a Shounen Gangan, lar de mangás como “Full Metal Alchemist” e “Soul Eater”, também mensal.
A mangaká de “Kuroshitsuji”, Yana Taboso, usou como ambientação a Era Vitoriana – época onde a Inglaterra era governada pela Rainha Victoria, membro da família real britânica – período muito lembrado pelo povo britânico, por isso, a ambientação e as roupas dos personagens remetem a esta época em particular. E foi além, também mostrando o figurino e estilo de outros povos, sem fantasiar ou ser surreal demais na construção dos seus personagens. Fora que algumas das histórias no mangá e no anime são baseadas em histórias clássicas da literatura inglesa ou fatos que povoam a imaginação do povo britânico.
O mangá está em andamento e recentemente, no ano de 2012, começou a ser lançado no Brasil pela Panini com o título de “Black Butler”: tanto o nome em inglês quanto o original japonês possuem a mesma tradução, que é “Mordomo Negro” em referência ao mordomo da história, que é um dos principais personagens da trama.
A história de “Kuroshitsuji” inicia nos apresentando os dois personagens principais da trama: o atual líder da Família Phantomhive, o jovem Ciel Phantomhive, e seu mordomo, Sebastian Michaelis. Anos atrás, houve um incêndio na mansão da família; os pais de Ciel foram mortos e o garoto levado para um lugar onde era molestado por um grupo misterioso. Antes de ser morto, o garoto consegue uma ajuda inesperada e pede pra matar todas aquelas pessoas, saindo do lugar e passando a ser acompanhado de Sebastian, que se torna seu mordomo pessoal.
Passado este tempo, o garoto passa a tomar conta dos negócios da família e, secretamente, cumpre missões para a Rainha, que envolvem o submundo e crimes misteriosos. Na Mansão Phantomhive, além de Ciel e Sebastian, temos os empregados da mansão: Finnian, um rapaz de bom coração, que é jardineiro; a Meirin, uma empregada toda atrapalhada e que tem uma quedinha pelo Sebastian; Bard, o cozinheiro que de cozinha não entende nada; e o mordomo anterior da família, Tanaka, que costuma permanecer em formato chibi na maior parte do tempo. A relação do garoto com o mordomo vai mais além das típicas ordens, pois o motivo de Sebastian estar junto a Ciel é por causa de um contrato: o mordomo é na verdade um demônio e em troca de “ajudar” ele a se vingar dos que arruinaram a sua vida, Ciel vai dar sua alma quando tudo estiver resolvido. E este contrato está marcado no olho esquerdo do garoto e na mão direita de Sebastian, na forma de um pentagrama.
A animação teve duas temporadas: a primeira, em 2008, contou com 24 episódios, que retratam parte do mangá - no entanto, como o anime alcançou o original, foi desenvolvido um final alternativo. Em 2010 houve o retorno, a segunda temporada teve 12 episódios e mesmo não usando o roteiro original, mantiveram parte da essência da série e os personagens, revelando uma nova história. Há quem diz que a segunda temporada é um completo desperdício de tempo, pois não teve uma base da trama original, o que é verdade. Só que, pra quem conferiu, esta temporada tem seus atrativos e foi mais rápida nos acontecimentos que a primeira temporada.
Fora as duas temporadas temos os OVAs, lançados durante a segunda temporada que trazem histórias que se encaixam ou não à trama e, apesar de serem episódios paralelos, valem dar uma conferida. Três destes especiais são baseados em clássicos de literatura – “Alice no País das Maravilhas” e “Hamlet” – um é o “making of” da segunda temporada da animação, na visão dos personagens, e dois mostram alguns detalhes sobre o elenco da série e ambientação. Em geral, tem momentos cômicos e até absurdos, bastante caracterizados na animação em geral.
O estúdio responsável foi o A-1 Pictures, que tem se destacado em lançar animações de boa qualidade gráfica e de adaptação, sem deixar de lado o essencial de suas produções. Trataram bem da adaptação das temporadas e dos OVAs, sem descaracterizar a personalidade e os traços de cada personagem – fossem os que aparecem no mangá ou os que foram feitos apenas para as versões animadas – como também teve uma excelente dublagem, que destacou o melhor do elenco de personagens.
Na primeira temporada, o tema de abertura “Monochromeno Kiss” cantada pela banda SID, possui um toque sombrio e misterioso, combinando com o estilo da série; e há dois temas de encerramento, sendo o primeiro “I’m Alive” cantado pela cantora BECCA, em inglês, cuja letra e clip são bem engraçadinhos; e o segundo, “Lacrimosa” cantada pelo grupo Kalafina ("Mahou Shoujo Madoka Magica", "Fate/Zero 2"), que tem uma letra demasiadamente triste e que revela um momento crucial da trama. Já na segunda temporada, o tema de abertura “Shiver”, cantado pela banda The Gazette, tem um ritmo mais direto e de certa forma “animado”, e o tema de encerramento “Bird” cantado por Yuuya Matsushita, tem uma melodia que mistura o mistério e o sobrenatural.
“Kuroshitsuji” pode agradar em cheio quem curte uma história que se passa em um país pouco conhecido pelas pessoas, pois o figurino e a ambientação se baseiam em um momento histórico da Inglaterra; a mistura de combinar mistério, comédia e sobrenatural é um tanto única, funcionando em certos momentos e, às vezes, deixando a desejar, e quem quer ver personagens com aparências marcantes ou comuns, terá satisfação de assistir e acompanhar a história de Ciel e Sebastian.
- E então?
- Nem precisei me esforçar, Jovem Mestre.
- Por quê?
- Quando cheguei, a pessoa já tinha feito a sua parte. Até mesmo mandou o que pediu para que possa ler... - e lhe entregou um envelope grande para ele.
- Hum... - leu os papéis e os jogou no chão - E como esta pessoa reagiu ao te ver?
- Quer que seja sincero? Agiu normalmente e até perguntou o que estamos fazendo atualmente.
- Faz sentido. Mas, esta pessoa devia ter medo e não amizade com a gente. O que será que houve com as ameaças de antes? O que me sugere, Sebastian?
- Uma visita para esta pessoa. Quem sabe, possamos fazer ter medo de nós...
- Se de “você” a pessoa não teve medo, nem adiantaria se aparecêssemos juntos, mas...
- O que está pensando, Jovem Mestre?
- Quem sabe, esta pessoa possa ser... ah, esquece. Vamos...
- Entendido...
No chão, os papéis se espalham pelo ar: a ordem dada era convencer uma jovem pra escrever a respeito de “Kuroshitsuji”. E nem precisou, pois a tarefa foi efetuada sem precisar de artimanhas pra realizar...
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Escritora Otaku
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